TCESP publica o artigo "Os impactos da Reforma Tributária nos estados e municípios"
Com implementação iniciada em 2026, vale a pena a leitura
Após décadas de discussões e tentativas frustradas, o Brasil aprovou, ao final de 2024, uma ampla reforma tributária que promete transformar profundamente o sistema de arrecadação nacional. A iniciativa surge em meio a um cenário socioeconômico marcado por uma elevada carga tributária e pela insatisfação generalizada da sociedade diante da baixa qualidade dos serviços públicos entregues em troca.
Ao mesmo tempo, os municípios enfrentam crescente pressão fiscal e dificuldades para manter o equilíbrio das contas públicas, agravando ainda mais o desequilíbrio no pacto federativo. A nova reforma surge como resposta a essas distorções, com início de implementação previsto para janeiro de 2026.
Fruto de um raro consenso político entre União, estados e municípios, a reforma tributária foi estruturada sobre dois grandes pilares de transição, projetados para garantir uma adaptação gradual e sustentável.
O primeiro pilar, chamado de “Transição Federativa”, está programado para ocorrer entre 2029 e 2078. Seu objetivo é garantir que os três entes federativos — União, estados e municípios — mantenham os atuais níveis de arrecadação ao longo dos anos, suavizando os impactos da mudança e assegurando a sustentabilidade fiscal durante o processo.
Já o segundo pilar, denominado “Transição de Tributos”, terá duração de oito anos, com início em 2026 e término em 2033. Durante esse período, será feita a substituição de cinco tributos — IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS — por um modelo dual de Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Essa substituição será feita por meio da implementação gradual da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), de competência federal, e do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), gerido por estados e municípios.
A proposta busca simplificar o sistema tributário nacional, garantir mais transparência, eficiência e justiça fiscal, além de promover segurança jurídica para o contribuinte e previsibilidade para os gestores públicos. A expectativa é de que, ao final do processo, o novo modelo reduza distorções, estimule a competitividade e contribua para um ambiente de negócios mais favorável no país.