O Plenário pode votar nesta terça-feira (23) o projeto que regulamenta a última parte da reforma tributária. A expectativa é do relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Eduardo Braga (MDB-AM).
O projeto de lei complementar (PLP) 108/2024 tramita em regime de urgência. Como sofreu mudanças na CCJ, o texto volta à Câmara dos Deputados depois de aprovado em Plenário. O texto regula o Comitê Gestor que vai administrar o IBS (CG-IBS), permitindo a implementação de um período-teste já em 2026, conforme já previsto em lei.
Para Eduardo Braga, a recepção da CCJ ao substitutivo foi “extremamente positiva” e “superou as expectativas”. O parlamentar disse que já conversou sobre as mudanças com o relator do PLP 108/2024 na Câmara, deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE).
— Se não foi o primeiro, ele foi o segundo a conhecer o meu relatório. Tivemos uma reunião de quase duas horas sobre as mudanças que estávamos fazendo no texto. Explicamos cada uma das dúvidas, e creio que ficou bem compreendido. A Câmara tem autonomia para deliberar sobre a matéria, mas a conversa foi mais em convergência do que em divergência — disse Braga.
Imposto Seletivo
Após a aprovação da matéria na CCJ, o senador concedeu uma entrevista coletiva sobre alguns pontos do substitutivo. Um das mudanças é na cobrança do Imposto Seletivo sobre bebidas açucaradas, como os refrigerantes.
O texto da Câmara dos Deputados previa um regime de transição para a cobrança do tributo no caso de produtos fumígenos e bebidas alcoólicas. Eduardo Braga incluiu as bebidas açucaradas no regime de transição e limitou a alíquota a 2%.
— O Imposto Seletivo não tem, na sua essência, a função de arrecadação. Não é esse o espírito. Ele tem a função de educar para o consumidor não fumar, não beber e não consumir bebida açucarada — explicou.
Função pedagógica
A regulamentação da reforma tributária prevê uma fase de adaptação para os contribuintes autuados pelo Fisco. Mas segundo Eduardo Braga a medida não significa o perdão de multas.
— Não é dispensa de multa. Teremos, em 2026, uma fase de implantação. É natural que o contribuinte cometa erros, porque estamos diante de uma implementação de um modelo novo de tributo. As autuações de 2026 têm caráter pedagógico. Ou seja: se você não cumprir a regra, é autuado e tem 60 dias para corrigir seu erro. Se corrigir em 60 dias, a autuação deixa de existir. Se não corrigir, a autuação passa a ser efetiva. Toda lei sem efetividade não serve — esclareceu.
Empresas digitais
Eduardo Braga comentou ainda o sistema para a expedição de notas fiscais por plataformas digitais, como Netflix, Uber e iFood. Uma emenda do senador Efraim Filho (União-PB) permitia que essas empresas emitissem apenas um documento consolidado, relativo a todos os usuários. Mas, segundo o relator, a regulamentação da reforma tributária exige a emissão separada por municípios.
— O imposto agora é no destino, e a plataforma não está no destino. Quem está no destino é o usuário. Então, eu não posso ter uma nota fiscal consolidada em São Paulo, sob pena de prejudicar a Paraíba. Como é que eu vou ter uma nota consolidada em São Paulo e segregar o que é da Paraíba, o que é do Amazonas, o que é da Bahia? — questionou Braga durante a reunião da CCJ.
Fonte: Agência Senado
Você também pode gostar de ler
Entra em vigor lei que amplia até dezembro o prazo para uso de recursos da saúde
A mudança evita que os entes federados tenham de devolver recursos ainda disponíveis por causa de prazos vencidos
Publicado em 22/09/2025 às 15h07 - Atualizado em 22/09/2025 às 15h08
Reforma tributária: Eduardo Braga explica principais pontos do relatório
Braga em entrevista coletiva nesta semana, após apresentar o relatório à CCJ: texto deve ser votado na quarta, dia 17
Publicado em 15/09/2025 às 11h42 - Atualizado em 22/09/2025 às 11h58
Ranking Siconfi: Municípios com Assessoria da MetaPública Conquistam Nota A
Os resultados são referentes ao ano de 2024 e foram divulgados essa semana pelo Tesouro Nacional
Publicado em 18/09/2025 às 09h18 - Atualizado em 22/09/2025 às 10h08
MPC-SP pede irregularidade das contas de Câmara Municipal motivado por previsão superestimada de duodécimos
O ponto central da manifestação foi a reincidente devolução de duodécimos praticada pelo Legislativo municipal ao final do exercício
Publicado em 19/09/2025 às 10h02 - Atualizado em 19/09/2025 às 10h12
Procurador de Contas recomenda reprovação das contas de Município por falhas em planejamento e pagamento de horas extras
Um dos principais pontos levantados pela manifestação ministerial foi o desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)
Publicado em 17/09/2025 às 15h09 - Atualizado em 17/09/2025 às 15h11
Comissão aprova programa para capacitar gestor municipal em legislação de antenas
Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado
Publicado em 17/09/2025 às 15h06 - Atualizado em 17/09/2025 às 15h07